terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

COTIDIANO


















Lotação também

É o vai e o vem

Atravessando a ponte,observo meus irmãos apertados

Muitos angustiados,eu tomei meu café

E o guerreiro ao meu lado

Uns vem em pé ,outros sentados

Da janela que estou, vejo um carro importado

Uma madame ,com um podol,com um latido bem chato

Deve esta indo ao shopping é claro

O marido deve ser empresário,ou deputado

Um senhor acende uma bituca de cigarro

O moleque no farol,ganha seu trocado

A prostituta faz seu ponto,não é nada fácil

Na quebrada,ta moiado

Os policia colaram e saíram com o camburão estrumbado

Só trabalhador senhor,leva que é pra cumprir o mandato

Dei sorte hoje,amanhã pode ta embaçado

É época de eleição, qué faze bonito,

pros bacana, pra ser o próximo candidato

Qué limpa a cidade,devia começa pelo outro lado

É La que ficam os safados,colarinho engomado

Lixo tóxico,que explora o busão lotado

Estou a margem mais eles que são os marginalizados

Eu ,eu sou um simples trabalhador,ganho o meu suado

Observando da janela do busão lotado

Apenas sonho para que esse lixo todo seja mudado

E os meus filhos não precisem molhar o pão no café fraco

Quero ser livre,sentir a leve brisa do meu barraco

E não me sentir um escravo,sendo maltratado por capitães do mato

Que enquadram ,matam e são engravatados.

Observo tudo da janela do busão lotado e apertado

É mais um dia de trabalho...

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