terça-feira, 5 de novembro de 2013

CHÃO BATIDO - Poesia do mês

CHÃO BATIDO - Zinho Trindade 

Meus pés 
Pisavam aquela terra umida 
me trazendo força, no meu andar 
O solo é  forte 
só piassava pra limpar 

O chão batido 
Onde tinha festa de Cosme e Damião 
a  quermesse em noite de São joão 
A bola que  rolava, com churras  no campão  

Aquele buraco feito com as próprias mãos 
fazia a cela ,
onde aquela velha lata de nestom 
verde e amarela 
fazia o jogo na viela 

de casquelinha não vale 
e tem que matar 
não dou um palmo
e não pode errar 

Grande jogo de Bolinhas de gude 

Hoje o chão não é mais  batido 
O concreto se abre aos olhos da novidade
Cosme hoje é farmacêutico 
e Damião , médico na Cidade 

A bola continua rolando 
na quadra que antigamente era o campo do seu João
Os antigos Quixutes ,hoje são Chuteiras de salão 

O tempo passa 
Assim como passou 
para dona Maria ,seu pedro ,tião e Dona Graça 


As bolinhas de gude 
enxergo apenas em prateleiras 
Hoje elas que me matam 

com saudade daquelas brincadeiras


Nenhum comentário:

Postar um comentário