CHÃO BATIDO - Zinho Trindade
Meus pés
Pisavam aquela terra umida
me trazendo força, no meu andar
O solo é forte
só piassava pra limpar
O chão batido
Onde tinha festa de Cosme e Damião
a quermesse em noite de São joão
A bola que rolava, com churras no campão
Aquele buraco feito com as próprias mãos
fazia a cela ,
onde aquela velha lata de nestom
verde e amarela
fazia o jogo na viela
de casquelinha não vale
e tem que matar
não dou um palmo
e não pode errar
Grande jogo de Bolinhas de gude
Hoje o chão não é mais batido
O concreto se abre aos olhos da novidade
Cosme hoje é farmacêutico
e Damião , médico na Cidade
A bola continua rolando
na quadra que antigamente era o campo do seu João
Os antigos Quixutes ,hoje são Chuteiras de salão
O tempo passa
Assim como passou
para dona Maria ,seu pedro ,tião e Dona Graça
As bolinhas de gude
enxergo apenas em prateleiras
Hoje elas que me matam
com saudade daquelas brincadeiras
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