segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Festival da Mulher Afro ,Latino.Americana e Caribenha de 24 a 26/11 DF

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Festival promove shows, feira de afronegócios, cineclube e seminários sobre a condição da mulher negra
        Será realizada entre os dias 24 e 26 de novembro, na Esplanada dos Ministérios, a terceira edição do Latinidades - Festival da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha. O evento acontece dentro da Conferência do Desenvolvimento promovida pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) http://www.ipea.gov.br/code/ no período de 24 a 26/11. O festival foi pensado como forma de dar visibilidade ao histórico de lutas e resistência da mulher negra na América Latina, ao tempo que aborda temas relacionados ao machismo, racismo, sexismo, e superação de desigualdades com recorte de gênero e raça. O festival reúne formação, debate, incentivo aos afronegócios e apresentações artísticas de ótima qualidade.
        A programação envolve seminários, cineclube, shows e feira de afronegócios. O tema central é o Censo nas Américas e a importância da autodeclaração de pessoas negras para a obtenção de números reais e a consequente formulação de políticas públicas específicas. Para participar dos seminários basta se inscrever no site da conferência http://www.ipea.gov.br/code/ .
        No programa artístico estará a mais famosa cirandeira do país, Lia de Itamaracá, o cantor e compositor Chico César, o grupo de percussão feminino Batalá e as Djs Donna e Marta Crioula.
        A discriminação de gênero e raça são os principais motores de desigualdade e exclusão da população negra latino americana e caribenha, sobretudo das mulheres. Tendo em vista esta realidade, o Latinidades justifica-se, ao produzir um evento que contribui com ações que valorizam, capacitam, dão visibilidade e quebram preconceitos raciais e de gênero.
        No Brasil mulheres negras somavam, no ano 2000, 46.477.902. A taxa de participação das mulheres negras no mercado de trabalho eram as mais baixas, considerando dados desagregados por cor/raça e gênero. Já o percentual de mulheres negras envolvidas em trabalhos domésticos era de quase o dobro do percentual de mulheres brancas na mesma situação. Eram 21,6% de mulheres negras, para 12,6% de mulheres brancas.
        Os dados mais chocantes referem-se à renda média, onde o contingente das mulheres negras distancia-se bastante das mulheres brancas e também dos homens negros, sem considerar os homens brancos, que estão consideravelmente à frente de todos os demais segmentos. A renda médias das mulheres negras é R$ 383,39; em seguida os homens negros têm renda média de R$ 583,25; as mulheres brancas, R$ 742,05; e os homens brancos, R$ 1.181,09.
        É importante relembrar e resgatar a história, considerando demandas específicas, a organização social e política do povo negro, os rituais religiosos, a contribuição científica e o saber popular. No caso específico da mulher negra, o desenvolvimento do feminismo negro, descrito tão bem por ativistas como Sueli Carneiro, Epsy Campel, Matilde Ribeiro, Benedita da Silva ou mestras populares como Carolina de Jesus, Cora Coralina, entre outras.
        Nesse sentido, o Festival da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha desenha uma programação onde cada momento é construído a partir do olhar negro, da necessidade de garantir reparação do prejuízo histórico vivido durante séculos pelas mulheres negras da América Latina e Caribe. O desenho de Latinidades – Festival da Mulher Afro Latina Americana e Caribenha será a contribuição que se pode dar, estimulando o espaço de reflexão, proposição e possibilidade de trabalho coletivo visando uma sociedade mais justa, democrática e sustentável sob o ponto de vista das relações étnico-raciais e de gênero.
            Afrobrasilienses - Durante o Festival Latinidades será exibido em um telão o vídeo Afrobrasilienses que traz 20 depoimentos de pessoas negras residentes no Distrito Federal. Por meio da linguagem audiovisual, a intenção é mostrar diferentes realidades que se aproximam a partir da cor da pele. A proposta também lança olhar diferenciado sobre o significado de produção cultural, que passa, necessariamente, pela reprodução e fomento de valores fundamentais, formação de identidades, resgate de valores e tradições específicos, além da capacidade de transversalidade, potencial agregador e gerador de sustentabilidade, auto-estima e reconhecimento. É fato que a história negra foi pouco e mal contada nos cinquenta anos de Brasília. Esta é a reflexão/homenagem que propomos prestar no dia da Consciência Negra, marco imensurável de luta e resistência.

PROGRAMAÇÃO

24 de novembro (Quarta-feira)

9h – Hino Nacional com Ellen Oléria

14h - Abertura com Federação de Umbanda e Candomblé do Distrito Federal e Entorno

Limpeza energética do local com povo de terreiro fazendo a recepção das pessoas presentes com baianas vestidas com cores representando os orixás. Ogãns com tambores se farão presentes trazendo harmonia e força, ao transformar as energias negativas em equilíbrio. Na porta, dois importantes guardiões de luz: Ogum e Exu. Defumação trazendo a força das matas. Iansã abre os trabalhos, com direito à indumentária e dança. Tudo isso reforçando a beleza e importância das tradições afrobrasileiras.

15h às 18h - Seminário 01 - Censo: Mulheres Negras, Trabalho e Terra

Ementa: discutir este tema apontando sugestões de envolvimento das mulheres negras nas novas fontes de riqueza da sociedade do Século XXI. Com os dados obtidos pelo Censo 2010, será sugerida uma reflexão ao grupo com as seguintes provocações: 1) qual é a situação da mulher negra na sociedade contemporânea? 2) por que a mulher negra é a mola propulsora da economia doméstica e dos formatos informais de relação trabalhista? 3) como pavimentar uma trajetória de êxito para este contingente populacional? 4) que impactos devem ser sentidos pela sociedade com os rumos previstos para o desenvolvimento brasileiro e continental?

• Ana Lúcia Sabóia - gerente de Indicadores Sociais, da Diretoria de Pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
• Maria Aparecida Abreu - pesquisadora do Departamento de Gênero da Diretoria de Estudos Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA
• Magali Naves - assessora Internacional da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - SEPPIR

25 de novembro (Quinta-feira)

10h às 12h - Seminário 02 - Censo: Mulheres Negras na Política

Ementa: discutir o empoderamento e a participação das mulheres negras na política, considerando dados como os do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística que afirma que apesar de ser a maior parcela do eleitorado, as mulheres não ocupam na mesma proporção os espaços institucionais da vida política nacional, fato ainda mais grave considerando a realidade da mulher negra.

• Jacira Silva – Movimento Negro Unificado, Fórum de Mulheres Negras do DF
• Janete Pietá – Frente Parlamentar de Mulheres da Câmara dos Deputados
• Leci Brandão – Deputada Estadual eleita do Estado de São Paulo, cantora e compositora.

14h às 16h - Seminário 03 - Censo: Mulheres Negras na Cultura e Comunicação

Ementa: discutir o papel da comunicação e da cultura como importantes ferramentas de inclusão e formação da auto-estima e identidade da população negra. Discutir o racismo discursivo na mídia e a ausência de apoio para artistas e comunicadores negros e negras, além de compartilhar experiências de sucesso para a promoção da igualdade racial nos meios de comunicação e na difusão cultural.

• Iris Cary – Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial - COJIRA
• Givânia Maria da Silva – Rede Mocambos
• Re.fem Janaína Oliveira – Enraizados/ Rap de Saia

26 de novembro (Sexta-feira)

10h às 12h - Seminário Censo: Mulheres Negras na Educação

Mediadora: Paula Balduino

Ementa: discutir a inclusão de mulheres negras na educação, passando por ações afirmativas e políticas públicas.

• Olívia Santana – Vereadora de Salvador
• Vera Verônika – MC e Mestra em Educação - Fórum de Mulheres Negras do DF
• Paula Barreto – Diretora do Centro de Estudos Afro-orientais da UFBA

14h às 16h - Seminário 04 - Censo: Saúde da População Negra

Ementa: discutir a necessidade de implementação da política nacional de saúde da população negra, criada em 2006, mas ainda sem implementação na maior parte dos estados brasileiros. A política prevê atendimento reforçado para doenças prevalentes na população negra - como anemia falciforme - e também combate ao racismo nas unidades de saúde, o chamado racismo institucional.

• Maria de Almeida Prado Montenegro – Diretoria de Gestão Participativa do Ministério da Saúde
• Ana Margareth Gomes – Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde
• Tatiane Nascimento – Associação Lésbica Feminista de Brasília - Conturno de Vênus

26 de novembro (Sexta-feira)

10h - Feira de Afro Negócios

18h - Apresentações Artísticas:

·         Chico César
·         Batalá
·         DJ Donna
·         DJ Marta Crioula
·         Lia de Itamaracá

Para participar dos seminários basta se inscrever no site da conferência http://www.ipea.gov.br/code/

Sobre as artistas:

Lia de Itamaracá - Lia de Itamaracá, patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco, é sem dúvida a grande referência nacional em se tratando de ciranda, seu nome atrelado a Ilha onde nasceu e vive, junto a cinco décadas de perseverança e resistência a transformaram em Ícone, com ressonâncias até em âmbitos internacionais e fora até dos circuitos folclórico, regional ou de cultura popular. Lia, nos últimos dez anos, levou suas cirandas para todas as capitais do País e várias grandes cidades, sua ciranda encantou enésimas vezes em Teatros, Praças e Praias no País e na Europa. "Essa ciranda quem me deu foi Lia que mora na Ilha de Itamaracá..." Lia, Ilha de Itamaracá e Ciranda. São palavras indissociáveis. Lia de Itamaracá, incontestavelmente, faz parte da história da nossa cultura popular brasileira. Lia apresenta em Brasília o repertório do CD Ciranda de Ritmos.

Batalá - A Banda Batalá de percussão que teve início há sete anos. Mas não foi no Brasil. Ela surgiu em 1997 quando o baiano José Gilberto dos Santos, conhecido como Giba, resolveu mostrar aos franceses parte da riqueza rítmica brasileira. Além da França e Brasil, encontramos o Batalá na Inglaterra, País de Gales, Bélgica e Espanha. Todos possuem a mesma metodologia de aprendizagem das músicas, os mesmos instrumentos (tambores, entre surdos, dobras, repiques e caixas), figurinos e a animação característica do Batalá. O Batalá da Inglaterra também foi criado por outro brasileiro. Durante o tempo em que morou no Reino Unido, o brasiliense Paulo Garcia, o Tutuca, conheceu Giba e apaixonou-se pela banda. Em 2000, Paulo montava o Batalá em Portsmouth.

Três anos depois, Tutuca inovou e criou o Batalá de Brasília formado exclusivamente por mulheres.  Atualmente o grupo é composto por cerca de 160 integrantes, entre 18 e 50 anos de idade, e vem se desenvolvendo através de um programa semanal que associa conhecimento técnico da música afro-brasileira, atividades de  formação musical, dança, condicionamento físico e qualidade de vida. Os ensaios são abertos ao público e ocorrem no gramado entre a Funarte e o Clube do Choro, todos os sábados pela manhã, e em eventuais dias extras.

DJ Marta Crioula – Marta Crioula é atriz, cantora e produtora cultural. Fundadora da Ossos do Oficio- Confraria das Artes, associação cultural que promove a difusão da cultura do Distrito Federal há nove anos, criando juntamente com parceiros o Guia Satelite061. Atuando em eventos desde 1993, tem recolhido material de várias bandas independentes do Brasil e do Mundo, tendo um acervo variado de ritmos e estilos. Marta Crioula toca o mundo quando se trata de discotecar.

DJ Donna – nascida em Brasília começou sua carreira como artista plástica, participando de instalações com o DJ I´snt no Lounge Cabelo( pista de dança com interatividade entre público, DJ e artes visuais) em 2000. Em 2001, inspirada por I’snt, começou como a primeira DJ mulher a se destacar em Brasília tocando Miami Bass. Selecionada entre mais de 2 mil candidatos no mundo inteiro para a Red Bull music Academy 2002 aparece em revistas como: Capricho, Dj Sound, TPM, Vogue além de várias matérias sobre DJs mulheres e mulheres no Hip Hop - Correio Braziliense até a atualidade. Amante de música negra de boa qualidade, tocou desde o Miami Bass, Break Beat, Electro Funk ao Charme e R&b. (RAP).

Assessoria de ImprensaLuis Flávio LuzTel: 61 3041.3394
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